Raro visitante do Sul: petrel-grande é registrado em Ilhabela, SP

  • 22/08/2025
(Foto: Reprodução)
Petrel-grande registrado em Ilhabela (SP) Pedro Henrique Santos Oliveira Um petrel-grande (Macronectes giganteus) foi registrado recentemente em Ilhabela, no litoral norte de São Paulo. A espécie, típica das águas frias do hemisfério Sul, é considerada um visitante incomum na região, mas que pode ser observado em pequenos números no inverno. O autor do registro é o guia de turismo Pedro Henrique Santos Oliveira, que fotografou a ave na quinta-feira passada. Segundo ele, o indivíduo foi encontrado durante o avistamento embarcado de cetáceos. Parecia tranquilo e aparentemente estava descansando na água. Para o ornitólogo Fábio Olmos, especialista em aves costeiras, a ocorrência não chega a ser excepcional. “O M. giganteus é um visitante de inverno raro no litoral paulista, mas há outros registros, a maioria de aves juvenis, como observado agora”, explica. Petrel-grande registrado em Ilhabela (SP) Pedro Henrique Santos Oliveira Os indivíduos registrados em São Paulo costumam ser juvenis em fase de dispersão. Olmos relembra quando ele mesmo encontrou a em Ilhabel, em 2017, e fora da Ilha dos Alcatrazes, em 2014. Com distribuição circumpolar nos mares do sul, o petrel-grande se reproduz na Antártida e desde o Chile até a Argentina para o leste através das ilhas subantárticas. Não há registros de reprodução da espécie no Brasil, o que a torna um ilustre visitante por aqui. “As aves jovens viajam para além das áreas usadas pelos adultos. Estão explorando enquanto aprendem onde há fontes de alimento, antes de definirem suas rotas de migração pessoais”, detalha Olmos. As aparições no estado geralmente estão ligadas a frentes frias intensas e ciclones que atuam sobre o Atlântico Sul. Os fortes ventos de sul e sudeste e a penetração de águas frias na plataforma continental funcionam como “corredores” que transportam essas aves até o litoral paulista. Segundo o Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (Salve) do ICMBio, M. giganteus se alimenta ao longo da costa durante a maior parte do ano consumindo carniça, especialmente carcaças de baleias, pinguins e de outros petréis. Também come krill e até descartes de barcos. Como hábito, costumam formar colônias fracamente unidas, com mais de 300 casais. A maturidade sexual chega entre os 6 e 7 anos, e cada casal e põe um único ovo por ninhada. Apesar disso, a espécie não está ameaçada de extinção e tem aparente tendência de aumento populacional em alguns locais. 'Irmão gêmeo' No Atlântico Sul, há dois tipos de petrel-grande: M. giganteus e M. hallii. Considerada espécie “gêmea” do petrel-grande, habita toda a região circumpolar antártica. Durante o inverno austral, alcança a costa brasileira até o Trópico de Capricórnio, mas é pouco visto no país. A forma mais segura de diferenciá-los está na ponta do bico: verde no primeiro e vermelho-escuro no segundo. Porém, a identificação pode ser difícil em algumas situações, como em fotos contra a luz ou quando o bico da ave ganha tons mais rosados. Petrel-gigante-do-norte (Macronectes halli) lia_0w0 / iNaturalist Importância dos registros Para os especialistas, a presença de um indivíduo em bom estado é motivo de registro científico e não de alarme. Mesmo sendo um visitante incomum, a presença do petrel-grande no litoral de SP não é algo que surpreende muito a comunidade científica. Petrel-grande registrado em Ilhabela (SP) Pedro Henrique Santos Oliveira “O importante, quando aves ou outros animais raros aparecem vivos, é fotografar a uma distância que não cause estresse e subir as imagens em plataformas de ciência cidadã, como iNaturalist, eBird e WikiAves. Nessas bases, as fotos ajudam a identificar padrões de longo prazo. Já em redes sociais, elas tendem a se perder”, alerta Olmos. A observação reforça o papel da costa paulista como ponto de passagem de aves marinhas, e mostra como registros da sociedade podem contribuir para ampliar o conhecimento sobre espécies que viajam milhares de quilômetros em busca de alimento. Para Pedro, que trabalha há dez anos com ecoturismo, cada novo registro é uma satisfação diferente. "O birdwatching me contagiou e, graças a isso, entrei no universo do whalewatching. Durante o passeio, tento mostrar o universo das aves marinhas, pois são mais fáceis de serem avistadas e ajudam na procura dos cetáceos", comenta. VÍDEOS: Destaques Terra da Gente Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2025/08/22/raro-visitante-do-sul-petrel-grande-e-registrado-em-ilhabela-sp.ghtml


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