Últimos conclaves levaram três dias em média, e o processo mais longo de escolha de um papa durou dois anos; INFOGRÁFICO
24/04/2025
(Foto: Reprodução) Com a morte de Francisco, a Igreja Católica dará início ao processo de escolha do novo papa. Cardeais levaram apenas dois dias para eleger o argentino, em 2013. Com a morte do papa Francisco, a Igreja Católica se prepara agora para um novo conclave que escolherá seu sucessor. A palavra "conclave" vem do latim cum clavis e significa "fechado à chave", uma referência ao fato de os cardeais permanecerem trancados, sem comunicação com o resto do mundo, durante o processo.
AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa
O processo remonta à eleição de Celestino IV em 1241, quando os cardeais foram mantidos confinados em um palácio em ruínas por um político romano, Matteo Rosso Orsini, insatisfeito com a falta de consenso dos sacerdotes.
Após eleito, Celestino IV permaneceu papa por apenas 17 dias, quando morreu. O único ato relevante de seu pontificado, dizem algumas fontes históricas, foi excomungar Orsini.
O processo só se tornou regra na Igreja depois de alguns anos. Uma eleição papal posterior, entre 1268 e 1271, durou dois anos, nove meses e dois dias, sendo a mais longa já registrada. Após esse tenso período, no qual três cardeais morreram e um renunciou, Gregório X foi eleito.
Temendo novos impasses, Gregório X promulgou a bula papal "Ubi periculum" (1274), que estabeleceu o conclave como método para escolher os pontífices dali em diante.
A duração dos últimos dez conclaves foi bem menor que as disputas do século 13: em média, eles levaram três dias. O último conclave, que elegeu Francisco em 2013, durou apenas dois dias e envolveu cinco votações.
Atualmente, 135 cardeais com menos de 80 anos estão aptos a participar da eleição, sendo sete brasileiros. Veja a seguir:
Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, 74 anos.
João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, 77 anos.
Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, 57 anos.
Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos.
Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, 75 anos.
Jaime Spengler, presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, 64 anos.
Sérgio da Rocha, Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador, 65 anos.
Ao todo, até quatro votações podem ser realizadas diariamente na Capela Sistina, sendo duas pela manhã e duas à tarde. Se, depois do terceiro dia de conclave, a Igreja continuar sem papa, uma pausa de 24 horas é feita para orações. Outra pausa pode ser convocada após mais sete votações sem um eleito.
Caso haja 34 votações sem consenso, os dois mais votados da última rodada disputarão uma espécie de "segundo turno". Ainda assim, será necessário atingir dois terços dos votos para que um deles seja eleito.
Quando um cardeal é eleito, a Igreja questiona se ele aceita o cargo de papa. Se ele concordar, o religioso também precisa escolher um nome. Em seguida, ele é levado para um ambiente conhecido como "Sala das Lágrimas", onde veste as vestes papais.
Por fim, o novo papa é anunciado à multidão que aguarda na Praça de São Pedro. O pontífice é apresentado diretamente da sacada da Basílica, onde é proclamada a famosa frase "Habemus Papam" ("Temos um Papa").
Do funeral ao Conclave: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco